segunda-feira, 13 de junho de 2011

AltaVila: Um ícone do amadorismo em empreendimentos na Capital mineira


Estive na noite do último domingo no AltaVila, complexo que reúne estabelecimentos de compras e lazer num dos mais altos pontos do extremo sul da Capital mineira — em rigor, já no vizinho município de Nova Lima, à margem de vias que conduzem a parte do que há de mais sofisticado e concorrido no setor de comércio e serviços, e também em residências, na região metropolitana de Belo Horizonte.


O elegante mall tem como destaque uma imponente e futurista torre de declarados 101 metros de altura, que se anuncia como a mais alta do Brasil com acesso ao público, toda revestida em aço inoxidável.

No pináculo da torre situam-se a cafeteria Sky, com formato de mirante em 360 graus, de onde se pode observar a extraordinária vista enquanto se bebericaria um café ou um whisky, e o restaurante Hoshi, que cheguei a considerar, em minha anterior visita, uma das melhores opções em cozinha japonesa de Belo Horizonte. No terraço, à falda da torre, encontra-se a representação local do mundialmente conhecido e celebrado Hard Rock Café.

Tudo parece encantador, ao longe. Mas o milionário shopping center com ares de disco voador pairando sobre a montanha não resiste, minimamente, ao exame um pouco mais aproximado e detido.  

Da improvisação no registro de entrada de veículos e na detestável cobrança do estacionamento, passando pelo clima de desolação nos corredores despovoados entre lojas vazias, pelo vozerio da turba no vestíbulo do Hard Rock Café, pelo insuportável calor e pela política de escorchamento da clientela de 'Dia dos Namorados' no Hoshi, até o completo e risível amadorismo do atendimento na Sky — que, a uma centena de metros do chão, só aceita dinheiro em espécie e não tem troco, como que a desconhecer, em pleno século XXI, o universal instrumento dos cartões de pagamento — , o veredicto sobre o AltaVila, concebido como um sofisticado centro comercial e hoje relegado ao abandono e à incompetência em sua operação, não pode ser outro: nota dez em infra-estrutura; nota zero em profissionalismo.

Que venham os visitantes do mundo todo em 2014!











Um comentário:

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