sábado, 30 de julho de 2011

Mais um episódio da campeante indecência no Poder Judiciário




E José Antonio Dias Toffoli, mal tendo ingressado nos quadros do Supremo Tribunal Federal, já reproduz com desenvoltura e desfaçatez de seus pares os piores vícios, institucionalizados naquele e noutros sodalícios.

Com efeito, constitui prática nada incomum entre magistrados de tribunais em Brasília a aceitação de convites para viagens ao exterior, sob os mais variados pretextos, a expensas de empresas e escritórios de advocacia direta ou indiretamente interessados em suas decisões com o que se põem na situação universalmente conhecida como conflito de interesse, vizinha, senão irmã siamesa, da corrupção.

É bem verdade que Toffoli, por si e independentemente do comportamento ora noticiado, encontra-se entre o que há de pior, em sentido moral e jurídico, da escória que foi guindada por sucessivos governos ao Supremo Tribunal Federal nas últimas décadas. Trata-se de não mais que um oportunista, um arrivista social e político, que não passava outrora de um medíocre advogado do Partido dos Trabalhadores, o PT, cujo currículo foi forjado pelo próprio governo, por via da atribuição a si de cargos de crescente importância no Poder Executivo, para lhe credenciar a uma vaga no STF como prêmio pelos serviços prestados ao partido e ao então presidente da República. 

Todavia, ao viajar a expensas de um conhecido causídico, para se esbaldar em paradisíacas plagas mediterrâneas do Tirreno, não faz mais que reproduzir o costume de muitos de seus pares no Supremo Tribunal Federal, bem ainda da quase totalidade, por exemplo, dos colegas com assento no Superior Tribunal de Justiça.

Práticas de tal jaez que se dão, invariavelmente, sob o signo da corrupção são de sobejo ressabidas até pelos postes de Brasília, muito embora a hipocrisia e o corporativismo de uns tantos tolos e dos muitos interessados na manutenção dos nefastos arranjos sistêmicos, que lhes aproveita, impeçam o reconhecimento e o enfrentamento dessa indecente e pútrida chaga que compromete em essência a jurisdição no País.

Entrementes, à parte magistrados e advogados que fazem da corrupção seu instrumento fundamental de atuação profissional e de criminoso enriquecimento, segue a sociedade a crer que, quando bate às portas do Poder Judiciário, obterá ao fim e ao cabo, tendo STJ e STF exarado seus viciosos julgados algo mais que um mero simulacro de justiça.

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