terça-feira, 20 de setembro de 2011

De palmito e estupidez do consumidor




Acabo de abrir um pote de palmito de acaí da marca DiPalm, adquirido em algum hipermercado que não sei precisar Carrefour ou Extra, estou certo.

Tudo parecia bem por ocasião da compra: produto oriundo do Pará,  extraído das entranhas da Amazônia; embalagem a vácuo, com bom rótulo e selo de garantia; e preço compatível com os raros bons artigos do gênero disponíveis no mercado.

Ao degustar a iguaria nacional mundialmente cobiçada, tive a impressão de estar a morder um caule de cana, uma lasca de bambu, um tentáculo de polvo cozido além da conta ou algo semelhante. Experimentei outro pedaço. Melhor sorte não tive. Todo o pote apresentava a mesma intragável consistência. Produto inservível para qualquer especialidade culinária.

Um engodo. Uma fraude. Um acinte. Um verdadeiro crime contra as relações de consumo. Como pode o mercado tolerar a comercialização em larga escala de algo que se presta unicamente ao lixo? Ao certo porque há consumidores que se comportam qual conformadas bestas, acostumadas a ser ordinária e sistematicamente lesados por empresários inescrupulosos.

Não, não fiz contacto com a fábrica ou com o vendedor. Sabe-se de sobejo que pouco importa. Ademais de me irritar com um cretino serviço de atendimento qualquer ao consumidor, não verei reposto o produto, muito menos haverei de volta o preço pago. A conhecida lógica nesse mercado é precisamente essa: oferece-se um produto sabidamente imprestável ao impotente consumidor, que, quando muito, contrariado, mudará sua opção quanto à marca na próxima compra, sem maior preocupação com a lesão sofrida. 

É como funcionam as coisas nestas franjas da civilização em que vivemos, onde fornecedores e magistrados ignoram a efetiva tutela das relações de consumo e desconhecem, tanto mais, a responsabilidade civil. 

Minha manifestação de inconformidade, entrementes, encontra-se aqui consignada. Para quem quiser ler e, espera-se, fugir da estupidez que norteia seu comportamento como consumidor.

2 comentários:

  1. Da próxima vez, escolha um palmito de pupunha ou de jussara. As razões estão aí: http://bit.ly/mV9rxq

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  2. Palmito de pupunha tem sabor horrível, Levindo! No mais, estou de acordo com a matéria.

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